Trabalho em equipe
Andrea Álvarez

Como fazer o onboarding perfeito em uma empresa

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Um bom processo de onboarding faz a diferença entre um início entusiasmante e uma integração frustrante. Se você se pergunta “onboarding o que é”, pense em tudo o que acontece desde que uma pessoa aceita a oferta até que ela contribua com valor de forma autônoma: preparação do cargo, formação, acompanhamento, cultura e objetivos claros. Neste guia, você encontrará definição, tipos e exemplos de plano de onboarding para fazer um onboarding a um novo colaborador sem deixar pontas soltas.

O que é um onboarding e por que é importante

O onboarding é o conjunto de ações coordenadas que facilitam que um novo profissional se integre na empresa, compreenda seu papel e alcance a produtividade esperada no menor tempo possível, mantendo sua motivação. Não é apenas “o primeiro dia”: inclui o preboarding (antes de chegar), os primeiros 90 dias e o acompanhamento até consolidar desempenho e pertencimento.

Por que é fundamental? Porque reduz a rotatividade precoce, encurta o time-to-productivity, melhora a experiência do colaborador e fortalece a cultura. Além disso, estabelece as bases para criar um bom clima laboral, aspecto crítico se você deseja equipes comprometidas e marcas empregadoras atraentes.

Um exemplo de plano de onboarding bem elaborado costuma incluir: checklist administrativo, boas-vindas, formação técnica e cultural, buddy ou mentor, metas 30-60-90, revisões periódicas e pesquisa de saída de onboarding. Tudo mensurável.

Tipos de onboarding e o que considerar antes de planejar seu processo

Não existe um único modelo. É aconselhável combinar vários “tipos” dependendo do cargo, da modalidade de trabalho e da maturidade da empresa:

  • Onboarding administrativo. Contratos assinados, acessos a sistemas, entrega de dispositivos, configuração de credenciais, formação em proteção de dados e compliance. Embora pareça rotineiro, pode se tornar uma experiência positiva se feito com clareza e acompanhamento. Por exemplo, um pequeno vídeo introdutório explicando cada passo ou um documento interativo com links diretos para políticas e formulários evita confusões.
  • Onboarding técnico. Inclui formação em ferramentas, processos internos, stack tecnológico, padrões de qualidade e protocolos de segurança. A chave está na sequenciação: o imprescindível primeiro, o complementar depois. Microcápsulas de vídeo, tutoriais interativos ou workshops de 30 minutos facilitam a compreensão e evitam a sobrecarga cognitiva. Além disso, documentar boas práticas e casos reais ajuda a interiorizar os padrões da empresa sem que seja um exame teórico.
  • Onboarding social. Introduzir o novo talento a pessoas-chave, rituais da equipe, canais de comunicação e ao seu buddy ou mentor gera confiança e pertencimento. Os cafés 1:1, almoços de boas-vindas ou até mesmo canais de chat dedicados a temas informais aceleram a integração. Onboarding cultural. Este aspecto vai além da missão e visão: trata-se de transmitir propósito, valores, história da empresa e formas de trabalho. Apresentar decisões passadas, casos de sucesso e dilemas resolvidos em linha com os valores ajuda a compreender a cultura de maneira prática. Incorporar pequenas histórias ou anedotas do dia a dia torna os valores tangíveis.
  • Onboarding por modalidade. No presencial, a atenção está na logística e na experiência física: tours de escritório, espaços de colaboração e ergonomia do posto. No remoto, a prioridade é a conexão social e a clareza logística: envio antecipado de equipamentos, guias assíncronas, cafés virtuais e verificação de ergonomia à distância. Para equipes híbridas, combinar o melhor de ambos os mundos, garantindo que ninguém se sinta excluído ou desconectado, é essencial.

Antes de definir seu processo de onboarding, revise: tamanho e complexidade do papel, localização (escritório/trabalho remoto), normativa e ergonomia do posto. No ambiente físico, prepare um espaço confortável e funcional: talvez você se interesse por cadeiras escandinavas para áreas colaborativas, avaliar comprar uma mesa de escritório regulável e adicionar um descanso para os pés para o escritório para melhorar a postura desde o primeiro dia.

Como fazer um onboarding de 10 para seus novos colaboradores

Incorporar alguém à sua equipe não deveria ser um trâmite burocrático: é a primeira experiência que marcará sua relação com a empresa. Um bom onboarding não apenas acelera a produtividade, mas também gera compromisso, motivação e senso de pertencimento. Aqui, contamos como levar isso ao próximo nível.

Comece pelo preboarding: comunique, prepare e entusiasme

O onboarding começa até mesmo antes do primeiro dia. Uma semana antes, envie a agenda do dia 1, um manual de boas-vindas, o organograma e uma mensagem pessoal do futuro responsável. Gerencie acessos, equipamentos e credenciais, e adicione um toque humano: uma mini pesquisa de preferências (ferramentas favoritas, horários ideais, alergias para o kit de boas-vindas).

Dica de estilo de vida: inclua um “vídeo teaser” de 2 minutos com a equipe se apresentando. Gera curiosidade e reduz nervos.

Dia 1 memorável: boas-vindas humanas e logística sem atritos

Receba a pessoa, apresente-a à equipe, faça um tour pelo escritório e revise a agenda da primeira semana. Entregue um kit de boas-vindas (caderno, garrafa reutilizável, merchandising) e revise a ergonomia do posto: altura do monitor, cadeira, descanso para os pés e teclado.

Um pequeno detalhe, como uma planta ou uma mensagem manuscrita de boas-vindas, faz com que se sintam valorizados desde o primeiro minuto.

Defina objetivos 30-60-90 com critérios de sucesso claros

Estabelecer metas específicas e mensuráveis por fases facilita a integração e reduz a incerteza. Exemplo: primeiras tarefas assistidas (30 dias), autonomia em processos-chave (60), e contribuições de melhoria (90). Revise e ajuste semanalmente para manter o ritmo e celebrar pequenas conquistas.

Designe um buddy ou mentor para acelerar a integração

Ter um colega de referência ajuda a resolver dúvidas informais, compartilhar “regras não escritas” e conectar-se com outras equipes. Isso não apenas evita bloqueios, mas também multiplica a confiança e a sensação de pertencimento.

Plano de formação modular: técnico, cultural e de ferramentas

Divida a formação em microcápsulas: vídeos, guias, sessões ao vivo com avaliação breve. Priorize o imprescindível para operar desde o dia 1 e programe o restante conforme o impacto no papel.

Extra estilo de vida: combine o aprendizado com atividades dinâmicas, como workshops de 30 minutos ou desafios gamificados. Aprender nunca foi tão divertido.

Onboarding social: pessoas-chave e rituais que criam pertencimento

Agende cafés 1:1 com stakeholders e participe de rituais da equipe (dailies, demos, retrospectivas). Isso acelera a compreensão do “como as coisas são feitas aqui” e ajuda a tecer relações autênticas.

Cuidar do ambiente físico: ergonomia e estética que motivam

Revise postura, iluminação e ruído. Combine áreas colaborativas com cantos de foco e, em áreas comuns, cadeiras confortáveis e mesas robustas. Um ambiente atraente não apenas é mais confortável, mas também gera bem-estar e criatividade.

Checklist administrativo sem surpresas

Documentação assinada, formação obrigatória, registro na folha de pagamento, licenças, políticas e protocolos. Use um checklist digital e atribua responsáveis.

Mapa de ferramentas e acessos explicado com exemplos

Indique para que serve cada ferramenta, quando usá-la e com quem. Compartilhe templates e boas práticas. Faça uma “rota de tickets” real.

Agenda de feedback: 1:1 semanais e pesquisas de pulso

Ouvir é metade do onboarding. Programe 1:1 semanais no primeiro mês e quinzenais depois. Lançar pesquisas breves na semana 2, 4 e 12. Isso permite ajustar o programa em tempo real e demonstra que suas opiniões importam.

Conecte o onboarding com a cultura e o clima

Reforce valores com casos reais e decisões do dia a dia. Vincule a iniciativas para criar um bom clima laboral (bem-estar, comunicação aberta, reconhecimento).

Espaços que facilitam o aprendizado contínuo

Desenhe uma zona de aprendizado com recursos visíveis e confortáveis. Se você está renovando o ambiente, avalie comprar uma mesa de escritório grande para sessões e adicionar peças polivalentes em áreas comuns.

Onboarding remoto e híbrido: reduza a distância social

Bem-vindo por videoconferência em grupo, guias assíncronas, cafés virtuais e um canal específico no chat. Envie o equipamento com antecedência e faça uma verificação de ergonomia à distância.

Evite a sobrecarga cognitiva: dosifique e priorize

Não “descarregue” toda a informação na primeira semana. Priorize o imprescindível e deixe material de consulta organizado, como uma biblioteca digital ou um quadro de referências rápidas.

Celebrar marcos e reconhecer avanços

Compartilhe as conquistas do 30-60-90 no canal da equipe. O reconhecimento precoce aumenta a motivação e reforça comportamentos positivos.

Itere com dados: meça, aprenda e melhore

Meça métricas como time-to-first-value, tempo de autonomia, ENPS, taxa de permanência a 6/12 meses e qualidade do desempenho inicial. Ajuste o programa conforme os dados e feedback.

Fechamento formal do onboarding e plano de desenvolvimento

Aos 90 dias, realize uma revisão de objetivos, colete feedback bidirecional e defina um plano de desenvolvimento (formação, desafios, mentoria). Assim, você passa de “bem-vindo” para “projeção”, e garante que o talento cresça dentro da organização.