Trabalho em equipe
Andrea Álvarez

Hot desking: o que é e por que está a mudar os escritórios modernos

Partilhar:

O hot desking tornou-se uma das tendências mais relevantes no design de escritórios. Com equipas híbridas e equipas em movimento, muitas organizações decidiram deixar para trás a mesa fixa para apostar em espaços flexíveis onde cada pessoa escolhe o seu lugar de acordo com a tarefa do dia. Qual é o objetivo? reduzir custos, impulsionar a colaboração e aproveitar melhor cada metro quadrado. Neste guia explicamos o que é hot desking, por que estão surgindo escritórios sem lugares fixos, e como implementá-lo com sucesso.

O que significa hot desking

O termo hot desking descreve a prática de mudar de lugar no escritório em vez de ter um lugar fixo. Cada manhã escolhes o lugar que melhor se adapta às tuas necessidades: uma mesa alta para uma sessão rápida, um espaço silencioso para te concentrares ou uma área colaborativa para co-criar com a tua equipa. Não há “a minha mesa”, mas múltiplas zonas pensadas para diferentes modos de trabalho.

Ao contrário dos modelos tradicionais, o hot desking exige processos claros de reserva (quando necessário), normas de ordem e limpeza, e um parque de mesas de escritório de qualidade capazes de suportar um uso intensivo por diferentes pessoas. Também ajuda ter cacifos pessoais e boas soluções de conectividade para que sentar e começar seja imediato.

Esta transformação costuma andar de mãos dadas com áreas informais de reunião e descanso — o chamado soft seating —, que facilitam a conversa espontânea e o trabalho criativo. Tudo soma para construir um ecossistema mais ágil, humano e produtivo.

Por que surgem os escritórios sem lugares fixos?

Os escritórios sem lugares fixos surgem pela combinação de trabalho híbrido, digitalização e uma maior consciência do custo do espaço subutilizado. Quando parte da equipa teletrabalha, é comum que fiquem lugares vazios ao longo da semana. O hot desking reduz esse “ar” não produtivo e permite redesenhar metros quadrados para usos de maior valor (salas, cabines, zonas criativas, focus rooms…).

Além disso, mover-se pelo espaço fomenta novas conversas e quebra silos internos. Pessoas que raramente interagiriam partilham mesa, e daí surgem ideias, melhorias e projetos. Em paralelo, os ambientes flexíveis impulsionam o sentimento de pertença a um todo, e não apenas a um departamento.

Por que implementar hot desking no teu escritório

Implementar hot desking num escritório é abraçar um novo modelo de trabalho que responde a como mudaram as formas de nos relacionarmos com o espaço laboral. Longe de ser uma simples reorganização de mesas, trata-se de uma estratégia inteligente para otimizar recursos, fomentar a interação e elevar a experiência das pessoas no seu dia a dia. Entre os seus benefícios mais destacados, encontramos:

  • Eficiência do espaço: adeus a mesas vazias acumulando pó. Cada lugar é aproveitado ao máximo, com uma rotação natural que evita subutilizações e permite que o espaço esteja sempre em movimento.
  • Colaboração superior: ao não haver mesas atribuídas, as equipas misturam-se, os departamentos cruzam-se e surgem conversas inesperadas que raramente aconteceriam num escritório estático. É a centelha da inovação em ação.
  • Agilidade operacional: o escritório deixa de ser rígido e adota uma forma mutável. Consoante o dia ou o projeto, os espaços reconfiguram-se de forma orgânica, como um ecossistema que se adapta às prioridades do momento.
  • Melhor experiência do empregado: escolher onde trabalhar de acordo com a tarefa ou o estado de espírito é um luxo que se traduz em maior bem-estar e produtividade. Um dia pode ser num canto tranquilo para te concentrares; no dia seguinte, numa mesa partilhada para co-criar.
  • Otimização de custos: menos metros quadrados destinados a lugares fixos significa mais possibilidades de reconverter o espaço em zonas de valor acrescentado: salas criativas, áreas de descanso ou cantos para socializar que tornam o escritório um lugar atraente e vibrante.

Considera incorporar mesas de escritório de qualidade que suportem cabos, acessórios e configurações variadas. Complementa com assentos versáteis: uma cadeira gaming branca pode aportar ergonomia e conforto em lugares intensivos, enquanto as cadeiras confidente funcionam muito bem em zonas de reunião rápida e espaços colaborativos.

Dicas para o hot desking

A implementação prática faz a diferença entre um hot desking que brilha no papel e um que realmente funciona no dia a dia. Apoia-te nestes princípios:

  1. Define regras simples e visíveis. Política de mesa limpa, tempos de uso, zonas silenciosas e de conversa, prioridade em cabines… O importante é que todos saibam como agir.
  2. Facilita a reserva quando necessário. Em áreas de alta demanda, um sistema de booking evita fricções. Em outras, o uso livre funciona sem problema.
  3. Segmenta por modos de trabalho. Zonas de concentração, colaboração, chamadas e descanso. Sinaliza bem, reduz o ruído em áreas de foco e oferece superfícies amplas nas colaborativas.
  4. Cuida da ergonomia. Alturas reguláveis, bons apoios, cadeiras confortáveis e materiais duráveis. Pensa na diversidade de utilizadores e em mudanças rápidas de postura ao longo do dia.
  5. Conectividade instantânea. Pontos de corrente e dados acessíveis, carregadores, monitores partilhados e acessórios universais. Sentar e trabalhar deve ser imediato.
  6. Soft seating estratégico. Integra cantos com sofás, poltronas e mesas baixas para conversas informais ou momentos de reflexão. Reduzem a pressão sobre salas formais e melhoram a circulação de ideias.
  7. Gestão da mudança. Comunica o porquê, ouve feedback e ajusta. O hot desking evolui com o uso real.

Checklist rápido para implementar hot desking

Em definitiva, implementar hot desking não se trata apenas de mover mesas: é redesenhar a maneira como vivemos o escritório. Este último checklist bem estruturado é a bússola para fazê-lo com sucesso:

  • Mapeia a ocupação atual e define objetivos (poupança de espaço, colaboração, experiência do empregado).
  • Redesenha o layout por atividades: foco, colaboração, chamadas, descanso.
  • Equipa com mobiliário versátil, ergonómico e durável (mesas, cadeiras, cacifos, soft seating).
  • Estabelece normas de uso simples e sinalização clara.
  • Decide se haverá reserva de lugares e em que zonas.
  • Comunica, forma e recolhe feedback durante as primeiras semanas.
  • Itera o design segundo dados reais de uso.

Dica extra: se te preocupa o “sentido de pertença” sem mesa própria, oferece elementos pessoais portáteis (organizadores, capas, cacifos) e cria rituais partilhados (reunião breve de arranque, zonas temáticas por equipa).